6 de setembro de 2025
Você já se pegou pensando que bem-estar é sinônimo de autocuidado solitário? Que basta fazer yoga, meditar e tomar bastante água para ser feliz? A verdade é que o bem-estar genuíno sempre foi uma construção coletiva, um tecido social que depende de relações saudáveis, ambientes acolhedores e políticas públicas que sustentem a vida.
No entanto, vivemos em uma sociedade marcada pelo individualismo e pela produtividade tóxica. Por isso, começar falando apenas do coletivo pode parecer distante, quase injusto, para quem já está sobrecarregado de culpa e cansaço.
Este artigo é um convite para um caminho em duas etapas: primeiro, reconquistar seu direito individual ao bem-estar. Depois, usar essa força para participar da construção de um mundo mais saudável para todos.
Por Que Começar pelo Individual?
Vivemos sob uma lógica que nos diz que precisamos ser produtivos o tempo todo, que descansar é quase impossível e que prazer sem culpa é pecado. Essa mentalidade não só adoece, como também nos impede de enxergar além de nós mesmos. Como cuidar do coletivo se estamos exaustos? Como lutar por um mundo melhor se sequer nos permitimos descansar?
A verdade é que precisamos primeiro nos libertar da culpa internalizada para então podermos olhar ao redor e agir. E isso começa com pequenas transgressões, permissões que parecem simples, mas que são necessárias em um sistema que explora nossos corpos e mentes.
10 Dicas Iniciais
Aqui está uma lista de atitudes que podem parecer óbvias, mas que muitas vezes nos negamos por medo, vergonha ou culpa:
1. Descansar sem fazer nada;
2. Dizer não a algo que não queira;
3. Ficar sem terminar o livro;
4. Bloquear pessoas desagradáveis;
5. Desligar a internet;
6. Questionar suas próprias escolhas;
7. Ir ao cinema durante a semana;
8. Passear ou Viajar sozinha(o);
9. Se tocar com intenção ao autoprazer;
10. Divertir-se sem gastar dinheiro.
Podemos agrupar essas permissões em três categorias que nos ajudam a entender como cada uma delas nos fortalece:
• Autonomia e Limites: dizer não, bloquear pessoas e questionar as próprias escolhas são formas de estabelecer limites e retomar o controle sobre a própria vida e decisões. Aqui, estamos exercitando nossa capacidade de escolher. Dizer “não” é um ato de preservação. Bloquear quem nos faz mal é uma forma de proteger nossa energia. Questionar as próprias escolhas é romper com o piloto automático e recuperar o controle da direção.
• Descanso e Desconexão: Ficar sem fazer nada, desligar a internet e não terminar um livro são autorizações para descansar a mente e se desconectar das demandas e estímulos constantes do mundo moderno. Em um mundo que valoriza a produtividade acima de tudo, desacelerar é preciso descansar é urgente. Desligar a internet é recuperar seu tempo e atenção, dois recursos cada vez mais escassos e valiosos.
• Prazer e Lazer Sem Culpa: Ir ao cinema durante a semana, passear sozinho, divertir-se sem gastar dinheiro e se tocar com intenção de autoprazer são incentivos para buscar o prazer e o lazer de forma independente e sem a necessidade de validação externa ou de justificativas baseadas em produtividade. O prazer é um direito, não um privilégio. Permitir-se experienciar alegria, seja sozinho ou com outros, sem culpa ou justificativa, é essencial para uma vida que vale a pena ser vivida.
Essas não são apenas “dicas”, são ferramentas de libertação.
Do Individual ao Coletivo: A Jornada dos Tijolos
Imagine que cada uma dessas permissões é um tijolo. Sozinhos, eles já nos sustentam, nos permitem ficar em pé outra vez. Juntos, eles formam o alicerce de algo muito maior: a possibilidade de bem-estar coletivo.
• Quando você aprende a dizer “não”, está não só se protegendo, mas também praticando a assertividade que usará para defender causas importantes.
• Quando você descansa sem culpa, está se fortalecendo para lutar por um mundo onde o descanso seja um direito de todos, não um privilégio.
• Quando você quebra tabus sobre prazer e sexualidade, está ajudando a criar uma sociedade mais livre e menos reprimida.
O autocuidado não é o ponto final, é a base a partir da qual podemos nos tornar agentes de transformação para nós e para os outros.
A Psicoterapia Como Ponte
Essa jornada de reconquistar permissões, quebrar culpas e transitar do individual para o coletivo não precisa ser feita sozinha. Na verdade, não deveria.
A psicoterapia é um espaço seguro para:
- Refletir sobre seus padrões de comportamento e pensamento;
- Exercitar novas formas de se relacionar consigo e com os outros;
- Elaborar dores e traumas que dificultam seu bem-estar;
- E, principalmente, para entender como sua história se conecta com estruturas sociais maiores.
Buscar terapia não é “se cuidar sozinho”. É fortalecer-se para participar de uma rede de cuidado maior.
Se você se identificou com este texto e quer começar (ou aprofundar) essa jornada, considere procurar um psicólogo ou psicóloga. Há opções acessíveis por meio do SUS, universidades e clínicas-escola.
O Cuidado Como Ato de Amor
Cuidar de si não é egoísmo. É o primeiro passo para cuidar do mundo. Quando nos permitimos descansar, sentir prazer e estabelecer limites, estamos não apenas nos curando, estamos nos preparando para curar relações, comunidades e, quem sabe, um dia, toda uma sociedade.
Comece com você. Mas não termine aí. O bem-estar é seu, é nosso.
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Se este artigo fez sentido para você, que tal compartilhá-lo com alguém que também precisa dessas reflexões? Às vezes, uma conversa honesta sobre bem-estar é o pontapé inicial para mudanças coletivas.
Nota do Autor:
Este artigo foi desenvolvido a partir de um diálogo crítico com modelos de linguagem de IA (Inteligência Artificial). O processo envolveu a exploração de ideias, contra-argumentação e refinamento conceitual, utilizando a tecnologia como uma ferramenta para organizar e estruturar um pensamento que é, em sua essência, genuinamente humano. A visão central, as conexões e as conclusões são de minha autoria.